quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Spotlight – Segredos Revelados



Título: Spotlight (Original)
Direção: Tom McCarthy
Duração: 128 minutos














O filme, uma espécie de ode ao jornalismo, que já conta com seis indicações ao Oscar, acompanha uma reportagem vencedora do Pulitzer, o Boston Globe denunciou a conivência da Igreja Católica, e do sistema judiciário da cidade, para com o abuso de menores praticado por sacerdotes, acusando quase uma centena de pessoas. Com direção de Tom McCarthy (O Agente da Estação), Uma adaptação que vai mostrar o caso de perto com atuações de Mark Ruffalo (indicado a Melhor Ator Coadjuvante), Michael Keaton, Rachel McAdams e Liev Schreiber.
Logo de cara se pode notar a semelhança com “Todos os Homens do Presidente” de Alan Pakula, o filme conta como dois repórteres do “The Washington Post” revelaram ao mundo um dos maiores escândalos da política mundial: o caso Watergate.
O novo editor chefe do Boston Globe, Marty Baron (Liev Schreiber),encarrega a Spotlight a missão de colher informações sobre os casos de pedofilia envolvendo padres. A  equipe investigativa do Globe, uma equipe pequena, comandada por Walter Robinson (Michael Keaton), que representa o velho modo de se fazer jornalismo.
Apesar de ser relativamente a pouco tempo atrás, início dos anos 2000, o filme mostra uma investigação quase toda em arquivos analógicos, minuciosa, que busca uma verdade revelada e que pode durar até mais de um ano. Algo difícil de se imaginar nos tempos corridos da era digital, que vivemos hoje. Onde o jornalista sofre pressão diária por resultados, o que pode influenciar na qualidade final do material jornalístico que será apresentado.
Lembra, novamente, “Todos os Homens do Presidente” um retrato importante de parte da classe para um tempo em que a profissão parece estar se diluindo entre sensacionalismo e busca inconsequente por cliques e audiência.
Uma cena marcante é quando uma voz, sem rosto, revela aos jornalistas que 6% dos padres de Boston podem estar envolvidos nos abusos, número muito maior do que a equipe imaginava. Essa revelação deixa a todos sem reação, neste momento um jogo de câmeras, sutil e inteligente, é utilizado, notamos que a câmera se afasta dos nossos personagens, como se ela mesma quisesse fugir dali, por não poder lidar com a verdade recém descoberta.
Spotlight acaba sendo uma grata surpresa, um filme agradável de se ver, principalmente para os mais saudosistas

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Mad Max: A estrada da fúria



O filme de ação pós-apocalíptico se passa nos confins de nosso planeta, em uma paisagem desértica onde a humanidade está em colapso, e quase todos lutam loucamente pela sobrevivência.

Após ser capturado por uma comunidade, Max (Hardy) é usado como banco de sangue para soldados feridos. O líder local, Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne), usa o fato de ser o detentor de uma grande reserva de água para explorar toda sua população. Além de capturar pessoas para "doarem" sangue, ele tem doadoras de leite e até mulheres que existem para carregarem seus filhos. Quando uma de suas pessoas de confiança foge da comunidade, Joe vai atrás dela com todo seu exército.


Se me pedissem para definir Mad Max em apenas uma palavra eu diria, de cara, insano. Depois de uma breve explicação no início, é só ação até o fim. E sim, também me perguntei se seria possível esse filme dar certo sem Mel Gibson e a resposta vocês já sabem.
Ficou latente como o carisma de Gibson sempre foi o motor do personagem, Tom Hardy segue a receita desse tipo de papel monossilábico e introspectivo, mas ele não é Mel Gibson.

Longe de ambicionar uma cronologia ou um estudo de personagem, Miller elege o subgênero de western, da travessia do comboio, como mote para seu enredo. Quantos faroestes já não mostraram no passado carroças que transportam mulheres grávidas, entre famílias que são protegidas pelos homens solitários a cavalo, desde sempre as diligências trazem consigo uma noção de feminilidade.


Sob essa ótica, George Miller escolha Charlize Theron que interpreta  Imperatriz Furiosa,  a mulher que foge de Joe, com o objetivo de voltar para sua terra natal. Mas ela está longe de ser a mocinha indefesa, como o próprio nome já diz. Trata-se de uma personagem complexa e forte, que se sai bem no meio de toda a ação. Não há nada de sexo frágil. Ela é tão importante em cena quanto Max, o que já faz do filme algo especial.


Mad Max: A estrada da fúria é um sucesso de público e de crítica, e desde já, meu favorito ao Oscar. Com todo esse sucesso, Miller já está escalado para dirigir um quinto episódio da saga, "Mad Max: The Wasteland", ainda sem data de estreia. Vamos aguardar.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

E a Vida Continua...



Elenco: Lima Duarte, Samantha Caracante, Ana Rosa, Rosana Penna, Luiz Carlos de Moraes, Rui Rezende, Ana Lúcia Torre, Cláudia Mello, Arlete Montenegro, Rosana Penna, Ronaldo Oliva, Cesar Pezzuolli.

Direção: Paulo Figueiredo.
 
Gênero: Drama
 
Duração: 97 minutos
 
Distribuição: Paris Filmes
 
 
 
 
 
 
“E a Vida Continua...” é uma obra baseada no best-seller espírita homônimo, de 1968, do espírito André Luiz, psicografado por Chico Xavier. O filme conta a história de Evelina (Amanda Acosta) uma jovem que é socorrida na estrada por Ernesto (Luiz Baccelli) após problemas com seu carro. Os dois descobrem que estão hospedados no mesmo hotel e se tornam amigos, só uma das inúmeras “coincidências” que ocorrem durante o filme.
Confesso que criei certa expectativa sobre este filme, principalmente, porque tenho inclinação a valorizar as produções nacionais que mesmo com inúmeras dificuldades, como baixo orçamento e falta de apoio, conseguem levar à telona suas obras. Mas a decepção acabou sendo proporcional à expectativa gerada.
 Muitos longas nacionais de baixo orçamento conseguem, com inteligência, disfarçar a falta de orçamento. Mas “E a Vida Continua...” é um filme mal realizado sob todos os aspectos e para o qual não há sobrevida. O roteiro é de um amadorismo digno dos piores folhetins.

 E a Vida Continua...” é um panfleto espírita e só isso. Existe um proselitismo na fala dos personagens, comum nos filmes religiosos. Mas tratado de uma forma pouco profissional, o elenco, recheado de atores consagrados pela dramaturgia brasileira, não são explorados, em seu potencial, passando quase despercebidos.
No cinema pouco importa o que queira dizer, quão edificante seja sua mensagem, se houver um desprezo pelo método, é o que ocorre com o filme. Sendo assim, não há como não colocar o filme, desde já, na lista dos piores do ano.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros


Elenco: Benjamin Walker, Mary Elizabeth Winstead, Dominic Cooper, Anthony Mackie, Rufus Sewell, Marton Csokas, Jimmi Simpson, Joseph Mawle, Robin McLeavy.
Direção: Timur Bekmanbetov
Gênero: Ação/Suspense
Duração: 105 minutos
Distribuidora: Fox Film


Ao ouvir o nome Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros talvez você se faça a mesma pergunta que eu me fiz, e a resposta é sim, se trata mesmo do famoso presidente norte americano, que aboliu a escravidão naquele país. Sim é trash, até mesmo surreal. Mas, vamos combinar que o filme parte do princípio de que um dos mais conhecidos presidentes dos Estados Unidos levava uma vida secreta como caçador de vampiros. O que mais você queria?

Tudo começa quando Nancy Lincoln (Robin McLeavy) mãe do presidente Abraham Lincoln (Benjamin Walker) é morta por um destes monstros. O jovem Lincoln parte para uma busca por vingança contra a criatura que matou sua mãe, Com um machado de prata, e habilidades em artes marciais impressionantes, mata todos os vampiros que encontra com a ajuda de um mentor, que o guia nos primeiros passos da sua jornada. E como pano de fundo, o contexto político, como narrado no livro homônimo, do escritor de romances de zumbis Seth Grahame-Smih.


Benjamin Walker, ator que vive o presidente, não chega a comprometer, mas se destacou apenas por se parecer com o ator Liam Neeson (A lista de Shindler, 1993). O restante do elenco também é pouco expressivo e os diálogos são previsíveis e recheados de clichês.

O roteiro de Seth Grahame-Smith fica como o destaque negativo, cheio de falhas, compromete todo o filme. Um exemplo claro é quando uma guerra entre vampiros e homens acontece, e só depois que vários humanos morrem o grande caçador se da conta de que somente com prata se pode exterminar estes seres não vivos. Vale ressaltar que essa foi uma das primeiras lições que Lincolnteve em seu treinamento.

Mas, com a direção Timur Bekmambetov (Wanted, 2008). e uma assinatura de Tim Burton (Sombras da Noite, 2012) a parte técnica é o ponto forte do filme. Com isso o destaque positivo fica por conta das tomadas das lutas de Abraham. Proporcionando bons movimentos marciais e com vários Slow Motions, esse é o melhor que o filme oferece.

O romance de Lincoln com Marry Todd, vivida por Mary Elizabeth Winstead(Scott Pilgrim Contra o Mundo, 2010). Não recebe a devida atenção. Não se explica, por exemplo, como ela se separou do namorado tão facilmente, e casado com o vendedor de um armazém.

No fim, depois de um começo aborrecido e um final confuso, o filme consegue aumentar a mítica em torno de Lincoln. E, só pra constar, não me importa quanto protetor solar eles usem, vampiros jamais devem sair por aí à luz do dia. Mas, pensando bem, poderia ser pior. Eles poderiam brilhar à luz do Sol.
 

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Mercenários 2



Elenco: Sylvester Stallone, Jason Statham, Jean-Claude Van Damme, Bruce Willis, Arnold Schwarzenegger, Chuck Norris, Terry Crews, Jet Li, Randy Couture, Liam Hemsworth, Scott Adkins, Nan Yu.
Direção: Simon West.
Gênero:  Ação / Comédia.
Duração: 103 min.
Distribuidora: Imagem Filmes

 
A trama do filme OS MERCENÁRIOS 2 (2012) gira em torno de uma missão em que a equipe liderada por Barney Ross (Stallone), que deve US$ 5 milhões à Church (Bruce Willis), deve recuperar uma maleta contendo plutônio radiativo dos destroços de um avião derrubado na Albânia. O resgate culmina na morte do mais jovem integrante da equipe, Bill The Kid (Liam Hemsworth), pelas mãos de Villain (Van Damme), dando início a uma busca por vingança. Com toda força em cima do casting ficaria difícil imaginar que a história do longa pudesse ser atraente. Tudo bem estou falando por mim, mas não são poucos os que se decepcionaram com OS MERCENÁRIOS (2010) e que se decepcionarão também agora.

Neste segundo filme, Stallone deixou Simon West na direção, que tem entre seus trabalhos CON AIR - A ROTA DA FUGA (1997), LARA CROFT: TOMB RAIDER (2001) e o thriller QUANDO UM ESTRANHO CHAMA (2006). West é conhecido por ser um diretor desleixado e, desta vez não foi diferente, embora tenha obtido um resultado melhor, principalmente por causa de duas participações: Chuck Norris e Arnold Schwarzenegger.

 

Chuck Norris soube rir de si mesmo, e em todas as suas aparições, era possível perceber a empolgação da plateia ao meu redor simplesmente por estarmos vendo Norris na telona depois de tanto tempo.
Já o velho Schwarzenegger não consegue se desprender dos seus personagens cômicos, que tomaram os últimos anos de sua carreira, não sendo muito difícil vê-lo como um bobo em cena.
Quanto a Jean-Claude Van Damme, tudo bem que é muito bom tê-lo de novo no cinema – ultimamente ele só tem feito filmes direto para vídeo - mas seu papel como vilão não acrescentou muita coisa.



Seria de se imaginar que com este plantel o filme teria ação do início ao fim, e teve mesmo, você não consegue parar nem para respirar, com tanta gente morrendo ninguém precisaria mais se preocupar com a superpopulação do planeta, é sério devem ter morrido ali mais de mil figurantes. Mas até estas cenas ganharam um toque mais suave quase não se sente a violência, e a trilha sonora contribui para esta sensação. Já o clímax fica por conta do embate final entre Barney Ross e Vilain – Stallone x Van Damme.

Mas confesso que, como um fã do cinema de ação dos anos 80, foi difícil conter um sorriso ao ver tantas lendas juntas em um único longa metragem. Você pode até nunca ter visto Rocky – Um Lutador, mas conhece o personagem. O mesmo vale para O Exterminador do Futuro, e a clássica frase I’ll be back.